
É impossível explicar aos que não foram contaminados pelo futebol o que sentem torcedores às vésperas de jogos decisivos. Trata-se de um tipo de esquisitice não compreensível aos que ficaram do lado de fora. O que leva uma pessoa adulta e funcional a passar os dias que antecedem a decisão querendo falar de um único assunto? Há uma infinidade de coisas mais sérias e importantes acontecendo e essa alienada não quer mais saber de nada que não seja o Fluminense. Passa o dia vendo vídeos, lives, cantando músicas que façam sentido (como “Tá Escrito”, que virou meu hino pré jogo), comportando-se como uma adolescente. Imagino mesmo que seja insuportável aos que não caíram nessa fenda temporal em que me encontro: a que colocou o Fluminense na semi-final da Copa do Mundo.
Eu respondo aos que reclamam de minha ausência: tenham paciência, tem hora para acabar. Ou hora para minha loucura ser prolongada. Vamos ver o que acontece nesse dia 8 de julho depois das 16h da tarde. Estou exausta, essa é a verdade. Euforia cansa. Ansiedade cansa. Sono intermitente cansa. O que tem me movido é o verde da esperança.
Nesse universo do delírio tudo pode acontecer. Tudo, aliás, está acontecendo. Que piração. Como poderíamos imaginar que estaríamos entre os quatro? Nem o mais otimista, nem o mais apaixonado. O Fluminense está dando uma surra no tal computador mega-blaster capaz que deu ao time 0,1% de chances de estar onde está. O Fluminense deu uma bica na estatística.