
Saíram as chaves de simples de Cincinnati e, certamente, as atrações são os retornos de Jannik Sinner, Carlos Alcaraz e Aryna Sabalenka. Enquanto os garotos iniciam a batalha direta pela liderança do ranking, a número 1 volta a sua superfície predileta e de maior eficiência. Ao estilo de Indian Wells e Miami, o torneio começa nesta quinta e se prolongará por 12 dias, com final na segunda-feira, dentro desse calendário tão esdrúxulo.
O italiano pode aproveitar as primeiras rodadas para recuperar ritmo. Apesar de bom sacador, Gabriel Diallo não tem consistência para ameaçá-lo em situação normal, enquanto Tommy Paul parece ter perdido o embalo. Seu quadrante prevê ainda quartas contra Lorenzo Musetti, Casper Ruud, Félix Aliassime ou Stefanos Tsitsipas, o que nem de longe soa problemático. E talvez venha um real desafio na penúltima rodada, caso Taylor Fritz, Alejandro Davidovich, Flavio Cobolli ou Frances Tiafoe estejam confiantes.
Do outro lado, só se prevê trabalho para o espanhol nas oitavas se der Jakub Mensik e quem sabe pinte quartas contra Alex de Minaur, Andrey Rublev ou Alexei Popyrin. E pode ser interessante uma eventual semi diante de Alexander Zverev ou Ben Shelton. Ou seja, no papel, a tarefa de Alcaraz parece mais exigente do que a de Sinner.
Sabalenka é quem não deve ter vida fácil. Sua provável sequência teria Marketa Vondrousova, Emma Raducanu, Liudmila Samsonova e Elena Rybakina ou Madison Keys para então aguardar Iga Swiatek ou Amanda Anisimova. Se a meta é se preparar da melhor forma para defender o título em Flushing Meadows, o sorteio de Cincinnati foi perfeito.
É bem curioso que a outra metade da chave tenha reunido muita gente que não anda lá muito confiável, casos de Coco Gauff, Jessica Pegula, Jasmine Paolini e Emma Navarro. Abre-se assim espaço para novidades, como Elina Svitolina, Clara Tauson, Karolina Muchova ou até McCartney Kessler.
O grande ausente será o sérvio Novak Djokovic, que segue jantando, dançando e andando a cavalo em terras gregas, para onde mudou residência. Dessa forma, ele vai sem preparatório algum para o US Open, sinal de que confia demais na sua experiência ou, quem sabe, esteja apostando todas as últimas fichas no Australian Open.
Fonseca e Bia em ação
Os brasileiros estão em chaves duras. João Fonseca começa já nesta quinta-feira contra Yunchaokete Bu e eu torcia para que os organizadores o colocassem lá na quadra 3, longe dos holofotes, mas novamente ele vai para o estádio principal. Se avançar, poderá ter pelo caminho Davidovich, Cobolli e Fritz, ou seja, um quadrante de alta qualidade.
Bia entra na segunda rodada e espera a perigosíssima Maya Joint, uma das revelações desta temporada. No caso de vitória, viria Ekaterina Alexandrova (ou Lulu Sun) e quem sabe Anisimova. A canhota vai ter de jogar bem melhor do que tem feito.
No próximo post, falo dessa reta final dos 1000 canadenses.