
No dia 15 de março de 1985, o Brasil testemunhava um marco histórico: o fim de 21 anos de governo militar e o início da redemocratização. Quarenta anos depois, a data é celebrada com um misto de orgulho e alerta, com líderes políticos e representantes da sociedade civil destacando a importância de defender a democracia diariamente. Contudo, a celebração é acompanhada de uma análise crítica dos rumos que o país tomou nas últimas quatro décadas, uma vez que a realidade brasileira diverge significativamente das promessas de progresso e liberdade que embalaram a transição democrática.
A insistência em alertar para o “retorno do autoritarismo” soa como uma estratégia para silenciar vozes dissonantes e deslegitimar críticas legítimas. Acredito que o debate livre e aberto é fundamental para a democracia, e não podemos permitir que o medo do passado limite nossas discussões sobre o futuro do país. Essa retórica, muitas vezes utilizada para criminalizar a oposição e impor uma narrativa hegemônica, impede um diálogo construtivo e plural sobre os desafios que o país enfrenta.
A atuação do Estado e das instituições, como o Supremo Tribunal Federal, merece uma análise cuidadosa e isenta. A preocupação com o ativismo judicial e o excesso de poder da Corte é legítima e reflete uma crescente insatisfação com a politização do Judiciário. Acredito que o equilíbrio entre os poderes é essencial para a saúde da democracia, e o papel do Judiciário deve ser o de interpretar a Constituição e as leis, e não o de legislar ou governar. A judicialização da política e a politização do Judiciário representam ameaças à democracia e à segurança jurídica.
Professor e Jornalista Sadraque Rodrigues
A violência e a criminalidade continuam sendo problemas graves no Brasil, corroendo a qualidade de vida e a confiança nas instituições. Acredito que a defesa da ordem e da segurança é um direito fundamental dos cidadãos, e não podemos tolerar a leniência com a criminalidade. A falta de segurança afeta o desenvolvimento econômico e social, e é preciso investir em políticas públicas eficazes para combater a criminalidade e garantir a segurança dos cidadãos. A impunidade e a ineficiência do sistema penal contribuem para a perpetuação da violência e a sensação de insegurança.
Acredito que a liberdade econômica é essencial para o progresso do país, a geração de riqueza e a criação de oportunidades para todos. A defesa da livre iniciativa, do Estado mínimo e da desburocratização são valores que devem ser priorizados. O excesso de regulamentação, a alta carga tributária e a burocracia estatal sufocam o empreendedorismo e impedem o crescimento econômico. É preciso criar um ambiente de negócios favorável, que incentive a inovação, a geração de empregos e a prosperidade.
O fim do governo militar trouxe avanços importantes para o Brasil, como a Constituição de 1988 e a retomada das eleições diretas. No entanto, também deixou um legado de desafios, como a desigualdade social, a corrupção e a ineficiência do Estado. Acredito que é preciso um debate honesto e aberto sobre os rumos que o país tomou nas últimas quatro décadas, para que possamos construir um futuro melhor para todos os brasileiros. A redemocratização não cumpriu todas as suas promessas, e é preciso reconhecer os erros e acertos para avançar.
A celebração dos 40 anos da redemocratização é uma oportunidade para refletir sobre o passado, mas também para olhar para o futuro com realismo e senso crítico. Acredito que a defesa da democracia passa pela defesa da liberdade individual, da ordem, da segurança e da livre iniciativa. É preciso fortalecer as instituições democráticas, promover o debate público e garantir que todos os cidadãos tenham seus direitos respeitados. A democracia não é um fim em si mesma, mas um meio para alcançar uma sociedade mais justa, próspera e livre.