São Paulo

O rapper Leonardo dos Santos Barreto, o MD Chefe, 25, lança no fim da tarde de quarta-feira (13) o clipe de “Reunião de Matuto”, single cantado em parceria com Major RD.

O vídeo da música, com estética inspirada no velho oeste e figurinos que remetem ao universo dos caubóis, faz uma crítica direta à vereadora Amanda Vetorazzo (União), responsável pelo projeto conhecido como ‘Lei anti-Oruam‘.

O documento propõe o veto à contratação com dinheiro público de shows que façam apologia do crime. Num trecho da nova canção, o artista cobra posicionamento da parlamentar sobre episódios recentes de violência policial.

MD Chefe é amigo pessoal de Oruam. Mauro Davi dos Santos Nepomuceno segue preso e virou réu sob acusação de tentativa de homicídio após jogar pedras em policiais, na noite de 21 de julho. Ele divide cela com presos vinculados ao Comando Vermelho, no complexo penitenciário de Bangu, na zona oeste do Rio de Janeiro.

“Nesse caso do Oruam houve, sim, um abuso de autoridade. Não estou dizendo que o Oruam está certo em jogar pedras, está errado, deu brecha para o Estado achar um vilão, mas no caso do Roberto Jefferson [em 2022], quando ele atirou e jogou granada na polícia, o tratamento foi diferente”, opina.

Para ele, a Lei anti-Oruam não serve para nada. “O rap sempre foi a voz dos oprimidos, de quem veio de baixo, e esses parlamentares não aprovam leis, não ajudam ninguém e só querem ganhar popularidade em cima do ritmo”, afirma.

“Essa lei não tem objetivo de melhorar nada, mas de ganhar relevância em cima dos artistas do rap. Ninguém fala nas músicas que é bom ser bandido. Dessa forma, eles pegam um movimento já marginalizado para benefício próprio”, diz.

Rapper carioca com mais de dez anos de carreira, MD Chefe costuma cantar sobre ostentação e marcas de luxo. Ao longo dos últimos anos, virou um empresário no mundo dos uísques e lançou uma marca própria. Segundo ele, seu objetivo não é estimular o consumismo ou simplesmente se exibir. O músico diz querer estimular os fãs a terem ambição.

A letra de “Reunião de Matuto” apresenta uma narrativa de conquistas, identidade preta e ostentação, segundo ele, com propósito e orgulho da própria trajetória.

“Eu falo de autoestima. Quando veem um preto confiante, isso incomoda. Quero mostrar para o preto que ele pode ter acesso e eu tiro uma onda também, claro. Preto pode ter campo de golfe, ser empresário de uísque e combater o racismo com outras ferramentas.”



Source link

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *