
Perder para o Bayern nunca será motivo de vergonha, ainda mais se tratando do futebol sul-americano que está distante de uma das grandes forças entre os elencos da Europa. O problema técnico Filipe Luís admitiu isso em seu discurso na coletiva. O Flamengo sentiu aquela diferença tênue entre fidelidade ao estilo e questão tática diante de um time superior tecnicamente e que não costuma falhar diante dos seus erros. Filipe Luís manteve a convicção que o trouxe até o Mundial: sair jogando curto e bonito, principalmente com seus laterais por dentro, pressão pós-perda em bloco alto e laterais ultrapassando. Mas vou elencar alguns pontos que pesaram nessa queda para os alemães por 4 a 2.
Quando o “DNA” precisa de antídoto
Os gols bávaros nasceram de erros individuais, sim. Mas só viraram gols porque o Bayern acelerou exatamente nos momentos em que o Flamengo insistiu em sair construindo sob pressão máxima. A convicção rubro-negra é admirável, mas o plano B ausente diminuiu as chances de surpreender. Faltou chamar o goleiro para esticar bola longa, faltou dobrar a marcação quando o adversário flutuou por dentro. Faltou aceitar que, às vezes, abdicar de posse em alguns locais do campo é estratégia de sobrevivência. O Flamengo quando teve a posse no terço final conseguiu ir bem e até finalizou mais, mas não se brinca com o poder de fogo de Kane, que em dois chutes mostrou a eficiência na finalização.
Mérito alemão, mas roteiro previsível
O time de Company leu a cartilha: marcar gatilhos de passe em Gerson, Arrascaeta, Luís Araújo e Pulgar, pressionar os zagueiros na segunda bola e aproveitar campo aberto. Em cada aceleração, a diferença de intensidade parecia um salto de categoria. Isso não diminui o Flamengo, realça a régua que o Mundial impõe. As grandes equipes se definem pela capacidade de mudar de marcha, algo que o Bayern fez sob encomenda.