A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva (Rede), afirmou neste sábado (2) que está trabalhando com os ministros Rui Costa (PT), da Casa Civil, e Gleisi Hoffmann (PT), da Secretaria de Relações Institucionais, para enviar até o dia 8 de agosto ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e discutir com o Congresso uma proposta com mudanças no PL que enfraquece o licenciamento ambiental, aprovado na Câmara em 17 de julho.

Em visita ao quilombo do Campinho, na região de Paraty, Rio de Janeiro, Marina voltou a criticar o chamado PL da devastação, afirmando que o projeto “quebra a coluna vertebral da proteção ambiental do Brasil’.

Ela citou um dispositivo da lei determinando que apenas comunidades quilombolas a até 16 quilômetros de empreendimentos seriam consultadas em processos de licenciamento ambiental. “Eu não sei de onde apareceu esse número cabalístico. Certo? Porque você tem que ter um estudo técnico.”

“É um projeto com mais de 60 artigos, mais de 300 dispositivos. Estamos trabalhando fortemente para que, até o dia 8, que é o último prazo, para o encaminhamento de vetos ao projeto de lei, para determinar qual a medida que o governo vai tomar em relação a isso.”

Apesar de forte oposição da ministra, o PL foi aprovado na Câmara com omissão do governo e grande apoio da bancada governista.

Agora, Lula pode vetar o PL, em parte ou totalmente. Mas vetos que não sejam cosméticos enfrentam oposição de alas do governo que não querem antagonizar frontalmente com a bancada do agro e o centrão.

Marina veio a Paraty participar da Flip (Festa Literária Internacional de Paraty), onde foi muito assediada por fãs.

Na manhã de sábado, a ministra participou de uma conversa com o escritor Itamar Vieira Júnior na Caixa de Histórias, mediada pela jornalista Raquel Cozer. Em seguida, ela se reuniu com lideranças do Fórum de Comunidades Tradicionais de Angra dos Reis, Paraty e Ubatuba. As lideranças pediram apoio da ministra para impedir a construção de um hotel Emiliano na zona de manguezal e também para bloquear leilões de terras ocupadas por caiçaras.

Marina foi recebida no quilombo com músicos da Folia Caiçaras do Divino Espírito Santo e ganhou flores e hortaliças cultivadas no local.

Em sua fala, ela voltou a criticar indiretamente o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que pressionou por sanções dos Estados Unidos contra o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e tarifas sobre exportações brasileiras.

“Sabemos que líderes políticos pagam um preço por seu povo, por suas sociedades. [Nelson] Mandela pagou preço. [Mahatma] Gandhi pagou preço. Lula pagou preço, Chico Mendes”, disse. “Mas nunca tinha visto pessoas que, para salvar sua pele, entregam a pele do povo. É um absurdo.”

Ela rechaçou as pressões do governo Trump para que o governo brasileiro interfira “no Judiciário para poder dar um perdão, uma anistia para alguém que atacou a democracia.”

“A gente que teve que fazer uma frente ampla para salvar a democracia. Agora, a gente vê a formação de uma frente ampla para salvar a nossa soberania.”



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