
Nascida na cidade piauiense de Piripiri, em 1942, Maria dos Remédios Mendes Amaral Machado teve sete irmãos e frequentou o Colégio das Irmãs. Fez o curso para professora na Escola Normal da época, mas nunca atuou na área. Casou-se jovem, aos 19 anos, e optou por trabalhar sempre ao lado do marido, Luiz Gonzaga Machado, em uma empresa de representação comercial, na capital Teresina, na qual foi sócia.
O casal viveu junto por 52 anos. “Mamãe sempre esteve junto de meu pai. Nos bons momentos e nos difíceis também”, observa o filho Marden Machado.
O filho conta que ela era católica e espírita kardecista, e mantinha um pequeno santuário/oratório onde fazia suas orações diárias. Ele lembra que a mãe falava baixinho, tinha semblante calmo e caligrafia muito bonita. “Adorava escrever, nas datas festivas, versos e poemas para os filhos, netos e bisnetos. Especialmente acrósticos.”
A neta, Gabriela Machado Evangelista, ressalta o quanto a avó amava escrever. “De uma letra desenhada e palavras assertivas, fazia os discursos da maçonaria, onde frequentava, e as cartas declarando o seu amor aos seus.”
Entre muitos ensinamentos, Maria dos Remédios deixou a resiliência e o amor ao próximo. A neta diz que ela ensinou sobre virtudes, sobre como ser alicerce no seu casamento e como criar os filhos para o mundo. “Vovó era doce. Era acalento e aconchego.”
Também foi sinônimo de doçura, amor e carinho para a neta Camilla Pessoa. “Sua bondade, fé e sorriso sempre estarão presentes em mim, como uma doce lembrança e inspiração.”
Maria do Socorro Amaral, carinhosamente chamada por Remédios de Socorrinho, relembra o quanto aprendeu com a irmã mais velha. “Ela era muito calma, muito educada e transmitia muita paz. Ensinava minhas tarefas escolares e se preocupava em me ensinar a falar corretamente.”
Socorro destaca que a irmã adorava ouvir músicas de época e treinava os filhos para se apresentarem aos domingos nos programas de rádio dos cantores mirins. “Ela ficava em casa, só na torcida, pelo rádio.”
Walt Disney Amaral Machado, outro filho, destaca que Maria foi uma mãe no sentido mais pleno e silencioso dessa palavra. “Ela tinha uma generosidade que impressionava: sempre pronta a ajudar, a estar disponível, mesmo quando ninguém pedia. Tinha uma paciência rara, daquela que escuta até o fim, que espera com calma, que acolhe sem pressa. A bondade era uma marca natural nela, que se revelava nos pequenos gestos.”
Maria dos Remédios morreu em 5 de maio, aos 83 anos, em Teresina, em decorrência de uma parada cardíaca. Deixa 2 irmãos, 4 filhos, 12 netos e 6 bisnetos.