
“Esses documentos também foram enviados ao Ministério Público, ou seja, também é uma conquista da democracia privada do esporte e do modelo associativo”, acrescenta.
O advogado Rodrigo Carril, especialista em compliance, entende que, apesar de ainda caber recurso, a condenação é vista com bons olhos por todos os que defendem a moralização do esporte nacional.
“É interessante notar que no esporte podemos encontrar delitos diretamente relacionados com resultados, como apostas e escalação de atletas, e casos como este, com fraudes que não apenas desviam recursos financeiros, mas também a atenção de dirigentes para os seus interesses pessoais. A gestão dos acusados, já marcada pelo rebaixamento do clube, fica também manchada por crimes que devem fazer com que os gestores de futebol repensem os modelos de prevenção de fraudes em geral (in)existentes no mercado da bola”, avalia.
“Ofensas, destruições, desvios, sonegação de impostos são algumas das práticas proibidas socialmente, mas que, no ambiente esportivo, muitas vezes recebem uma coloração diferente para serem aceitas. Quem nunca ouviu aquela infeliz frase: ‘Ah, mas o torcedor é passional’? Esse movimento precisa mudar. E, sendo honesto, está gradativamente mudando. O esporte não pode estar à margem das mesmas regras de proibição que se aplicam a nós, meros mortais”, acrescenta o advogado Caio Ferraris, especialista em direito penal.
Ex-presidente e ex-vice também foram condenados
Em sentenças anteriores, Vitorio Piffero e Pedro Affatato, ex-presidente e ex-vice-presidente do Inter, respectivamente, também foram condenados pela Justiça de Porto Alegre por ilegalidades cometidas durante a gestão.