
UOL Esporte – Falando em Mundial, está ansioso para enfrentar o Botafogo?
JP – Vou te falar que na hora do sorteio eu estava vendo ali as bolinhas e fiquei assim ‘vai cair, vai cair o Botafogo”. E dito e feito, né? E na hora eu recebi muitas mensagens, de pessoas próximas, de amigos e torcedores, até hoje em dia eu recebo muita mensagem, porque ficou um carinho grande tanto da minha parte quanto da torcida, do clube comigo, foram três anos de muita entrega. Não foram anos gloriosos com títulos, com muitas vitórias, mas acho que ficou nítido o quanto que eu me esforcei, o quanto eu me entreguei para fazer um Botafogo melhor naquela época. E hoje eu fico muito feliz em ver o Botafogo diferente. Quando eu saí de lá, eu falei que um dia eu queria ver o Botafogo competitivo, brigando por títulos, com mais capacidade. E é o Botafogo que a gente vê hoje em dia. Então vai ser legal ter essa experiência de reencontrar um time que está no meu coração.
UOL Esporte – Tua passagem ficou muito marcada por aquele lance horrível, da perna quebrada no jogo contra o Vasco. Você se recuperou completamente daquilo? Nunca mais teve nada? Você já viu aquela imagem de novo muitas vezes na vida?
JP – Não, não é um lance que eu gosto muito. Eu já vi, né? Óbvio que eu vi algumas vezes, mas não… Até me dá um arrepio pensar muito naquele lance, porque foi difícil a recuperação. Aquilo foi em março de 2018. Eu consegui voltar a jogar sem nenhum problema, ou mais perto do que eu era antes da lesão, só na metade de 2019. Então foi mais de um ano de recuperação. Porque quando tu voltas, ainda tens dor, passas por um processo de voltar a ter confiança. Foi uma lesão difícil de dar a volta por cima. Já tive outra agora, em 22, que foi o ligamento cruzado do joelho. Acho que foram as duas lesões sérias que eu tive na carreira. Mas eu tenho orgulho de falar que eu consegui voltar a jogar em alto nível, mesmo tendo duas lesões sérias, e é difícil voltar sem nenhum grande problema.
UOL Esporte – Você pensou que seria o fim, quando aconteceu, naquela primeira vez?
JP – Logo que aconteceu, nos primeiros meses, eu não imaginava o quanto seria difícil. Quando eu comecei a voltar a trotar, a correr, que eu mancava muito, sentia muita dor, passou pela minha cabeça várias vezes, tipo, ‘não vou conseguir’. Eu sabia que eu ia voltar, mas eu não sabia, eu não tinha certeza, se ia conseguir jogar como era, se eu conseguiria desempenhar o mesmo futebol. Isso por várias vezes passou na minha cabeça. Mas isso é o tempo. Eu acreditei e dei o tempo necessário para tudo voltar. Eu voltei a jogar no mesmo ano, em outubro de 2018, nas rodadas finais do Brasileiro, aí fiz a pré-temporada e voltei a jogar em 19, mas ainda me custou assim alguns meses até me reencontrar. Isso faz parte, essas lesões mais sérias são assim.