
O primeiro passo foi dado com sucesso: os sócios do Corinthians decidiram pelo impeachment de Augusto Melo apesar de tê-lo eleito menos de dois anos atrás devidamente alertados sobre a folha corrida do elemento.
Processo doloroso na história de qualquer clube, não aconteceu pela primeira vez em Parque São Jorge, assim como já aconteceu na Gávea (Edmundo Santos Silva), em Parque Antárctica (Bruno Sacomani), no Morumbi (Carlos Miguel Aidar), na Vila Belmiro (José Carlos Peres), para citar apenas alguns.
A punição a Melo é bem-vinda assim como será para dois de seus antecessores (Andrés Sanchez e Duílio Monteiro Alves), um réu confesso e outro investigado pelo Ministério Público por uso pessoal do cartão corporativo do clube, embora as gestões temerárias de ambos sejam motivos suficientes para expulsá-los.
Começada a limpeza será fundamental terminá-la.
Agora o Conselho Deliberativo está diante de desafio não menos delicado: escolher um conselheiro limpo e competente para terminar o mandato interrompido.
Missão difícil, mas possível de ser cumprida com sucesso.
Repita-se que na ausência de marcianos para concorrer ao cargo existem candidatos que preenchem os requisitos mínimos para cumprir com a missão.
Inútil buscar alguém sem vínculo algum com o passado porque Jesus Cristo está impedido de concorrer.
Dos nomes especulados, e nem cabe citá-los aqui, a boa notícia é que nenhum deles tem ficha suja, o que soa como bálsamo para ouvidos alvinegros.
Aliás, corrida maior que para o mandato tampão será a pela eleição ao fim da gestão.
Será razoável, por isso, pedir a quem venha a ser eleito agora que assuma o compromisso de não se candidatar em 2026, além de modernizar o estatuto.
Só assim será possível fazer a correção de rota, o saneamento necessário em todos os setores do clube, o que contrariará muitos interesses.
As portas para o futuro do clube com maior potencial econômico do Brasil estão novamente abertas.
Ecos do Dérbi
Havia tempo que não acontecia de o espaço dedicado ao derrotado no Dérbi acabasse maior que ao vitorioso.
A eliminação do Palmeiras em plena casa verde no categórico 2 a 0 imposto pelo Corinthians soou como tsunami nos lados alviverdes, mais até que a perda para o rival na decisão do campeonato estadual.
A perda da vaga nas quartas de final da Copa do Brasil foi o de menos.
Perder a segunda vez seguida em casa para os alvinegros resultou em coros mal-educados contra o treinador Abel Ferreira e a presidenta Leila Pereira, duas pessoas que, com todos os seus defeitos (e quem não os têm, rara leitora é raro leitor?) só merecem gratidão dos alviverdes.
Numa dessas o português fica tão magoado que resolve ir embora e será difícil trazê-lo de volta depois, mesmo com Jorge Jesus e Juan Vojvoda dando sopa.
Quanto à Leila Pereira, proibida de exercer terceiro mandato (e ainda bem para evitar o que se deu no São Paulo de Juvenal Juvêncio), numa dessas ela se apresenta como salvadora do Vasco, o time do coração, e a dor de cotovelo, para não falar da testa, ainda maior.
Mas é o que dá perder um “Palmeira e Coríntia”, como disse Lima Duarte a Marisa Orth no célebre filme Boleiros do brilhante palmeirense Ugo Giorgetti.
LINK PRESENTE: Gostou deste texto? Assinante pode liberar sete acessos gratuitos de qualquer link por dia. Basta clicar no F azul abaixo.