
E meu pensamento movido a devaneios navega entre Casagrande, Paul Casgoigne, Rita Lee, Cazuza, Janis Joplin, Amy Winehouse. Tão talentosos quanto humanos. Também penso no Chelsea – que fez algo impensável.
Nós, que não somos estrelas do rock ou dos gramados, mas que, em algum momento escolhemos viver todos os dias, um de cada vez, temos muito a celebrar com eles.
Assim como o rock, contestador por essência, manter-se sóbrio é resistência. É nadar contra a corrente. Enfrentar uma dependência que te arrasta para trás, com a força revolucionária dos que querem avançar. Transformar. Renascer.
Como o futebol, que, dia após dia, se mostra belo, imprevisível e encantador. Esporte, talvez único, em que o azarão pode nos surpreender. Tem segundas chances. Tal qual um adicto, que não se deixa abater por diagnósticos e, corajosamente, rompe linhas e faz uma transição em velocidade em direção oposta às estatísticas.
Velocidade que ganha consistência com o passar dos dias. Que viram meses e se transformam em anos. Afinal, não é assim que se constroem times e carreiras lendárias? Bandas, jogadores, seres humanos.
Vitórias não acontecem na véspera. É preciso lutar por elas com coragem, força e estratégia. Como bem disse o agora ex-técnico do Botafogo, Renato Paiva, time que, assim como o Chelsea, derrotou o PSG na Copa do Mundo de Clubes, “o cemitério do futebol está cheio de favoritos”.