
Como se diz entre boleiros, “ele (o goleiro) não devia ter cortado as unhas naquele dia”.
Essas demonstrações de qualidade técnica dos atacantes remete àquele átimo de segundo que combina a oportunidade inusitada com a execução física, e daí ao toque na bola e os goleiros que se virem.
Em comum, o fato de serem chutes rasteiros, bem rasteirinhos, em espaços curtos, às vezes repletos de pernas querendo a bola a léguas dali.
Não se ouve o som da chuteira no encontro com a bola, porque, em geral, feitos com o lado do pé.
Não se vê a cadeia muscular dos craques em pré-arregimentação para um chutaço, porque eles anteviram que momento exige outra solução e desfecho.
São toques delicados, suaves até, onde a bola desliza sobre a maciez do gramado como se fosse a bola 7 na mesa de sinuca; em uma brilhante e encerada pista de boliche ou ainda, no piso de uma divertida contenda de curling.