
A aliança entre o prefeito de Maceió, JHC, e o ex-presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL) está em risco, avaliam aliados. O pano de fundo é a disputa de 2026, mas a gota d’água foi o recuo sobre a indicação de Marluce Caldas, tia de JHC, ao Superior Tribunal de Justiça.
No fim de semana, o prefeito da capital alagoana deve conversar com lideranças políticas locais com intuito de romper com Lira e assumir uma postura de independência sobre as eleições de 2026.
O prefeito já colocou em curso o esvaziamento de indicações de Lira, nesta quarta, quando exonerou a cúpula da Secretaria de Educação e, agora, prometendo rever outros nomes.
JHC admite a aliados que vê atuação do ex-presidente da Câmara no recuo do Palácio do Planalto para Lula ainda não haver sacramentado a Procuradora de Justiça do Ministério Público, Marluce Caldas, tia dele, na vaga de ministra do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Na última terça, Lula decidiu indicar ao tribunal o desembargador Carlos Brandão e não dá sinais de quando avalizará o nome de Marluce. Ainda assim, apoiadores esperam que a indicação da procuradora saia na próxima semana.
Nos bastidores, interlocutores de Lula admitiram que o imbróglio eleitoral em Alagoas impactou a decisão do Planalto.
Integrantes do governo que aconselham o presidente na escolha de nomes a tribunais superiores afirmam que Lula espera que a articulação com JHC esteja alinhada, afinada e amarrada.
O presidente, segundo seus interlocutores, não quer apenas promessas, mas gestos por parte de JHC que demonstrem seu compromisso com Lula.
JHC tem negociado uma mudança de partido e pode migrar ao PSB, de João Campos, consequentemente, para a base de Lula. A mudança é vista como o gesto que precisa ser feito para a indicação de Marluce ser destravada.
O movimento pode isolar o ex-presidente da Câmara, que espera uma aliança com o prefeito de Maceió para se lançar ao Senado em 2026, contra o grupo político dos Calheiros.
Por enquanto, JHC se coloca como candidato ao governo de Alagoas, em 2026, mas a transferência para a base de Lula pode levá-lo a uma composição com Renan Filho, nome do MDB na disputa. Entre os aliados de Lira, o receio é de que JHC saia candidato ao Senado ao lado de Renan Calheiros e deixe o ex-presidente da Câmara sem palanque.
O potencial político das movimentações da família Caldas que pode beneficiar Lula – que ganharia uma senadora para a base do governo, um prefeito em uma capital do Nordeste e, eventualmente, um governador na região – foi crucial para Marluce obter favoritismo na disputa.